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O padrão Squid Game que está destruindo sua carreira.

  • Foto do escritor: Lu
    Lu
  • 18 de jul.
  • 5 min de leitura

Por que nos acostumamos a aceitar o inaceitável no trabalho.



📸 Capa promocional da Série Squid Game (Round 6), da Netflix.
📸 Capa promocional da Série Squid Game (Round 6), da Netflix.

Assistindo a Squid Game (Round 6) - Netflix -, fiquei impressionada como os jogadores vão gradualmente se acostumando com situações absurdas. No primeiro jogo, ficam em choque ao ver pessoas morrendo, já que não sabiam do que se tratava aquele convite misterioso e promissor. Nos jogos seguintes só se preocupam em sobreviver, logo se adaptam ao que está acontecendo e rapidamente normalizam até eliminar pelas próprias mãos outros jogadores.

 

Se você está lendo isso agora, provavelmente já reconheceu algumas semelhanças com a sua própria carreira. E sabe o que é mais assustador? Você nem percebeu quando começou a aceitar isso como "normal".


 

O jogo começa e você nem percebe

Assim como na série, entramos no "jogo corporativo" sem saber exatamente as regras daquele ambiente específico. Começamos nossa carreira com limites claros em nossa consciência: "não vou trabalhar fim de semana", "não vou aceitar gritos", "não vou fazer hora extra não remunerada", “não vou executar o que parece ser uma ideia ruim”...

 

  • Primeira rodada: "É só dessa vez, é urgente"

  • Segunda rodada: "Pelo menos não é todo fim de semana"

  • Terceira rodada: "Todo mundo faz, é normal"

  • Décima rodada: "Se eu não fizer, outro faz e eu fico pra trás"

     

Cada pequena concessão parece razoável isoladamente. Mas acumuladas vão nos condicionando a aceitar o inaceitável. Vamos aumentando nossa tolerância à dor, como se fosse nossa estratégia de sobrevivência profissional.

 

Soa familiar?



"Sempre sobrevivi e deu certo" - o mantra perigoso

 

📸 Sistema de votação pela continuidade ou fim do jogo em Squid Game (Round 6), da Netflix.
📸 Sistema de votação pela continuidade ou fim do jogo em Squid Game (Round 6), da Netflix.

Conforme os jogadores de Squid Game sobrevivem a mais rodadas, desenvolvem uma estranha confiança: "Se eu cheguei até aqui, posso aguentar qualquer coisa". Por isso, quando ganham o direito de votar, escolhem continuar. Preferem apostar na remota chance da vitória total a dividir o prêmio e encerrar tudo.

 

Agimos como se dor e exaustão fossem medalha de honra: 




  • "Sempre trabalhei 12 horas e nunca morri"

  • “Sempre respondi WhatsApp de trabalho no domingo e nunca morri”

  • "Sempre entreguei projeto em prazo impossível, mesmo doente"

     

É assim que a cultura desses ambientes passa a ser cada vez mais hostil. E para sentir que estamos mesmo merecendo reconhecimento, trabalhando com comprometimento, nos sacrificamos mais.



Uma hora a sobrevivência vira vício

Os jogadores chegam a um ponto onde não conseguem mais imaginar a vida sem aquilo, por isso muitos escolhem ficar. Não porque amam o jogo, mas porque o custo x benefício de ficar parece maior.

Nos tornamos tão bons em aguentar situações tóxicas que perdemos a referência do que é saudável que ambientes organizados parecem "parados demais" e até “improdutivos”. 


E quando alguém sugere trabalhar de forma mais equilibrada nossa primeira reação é: "Mas assim não vamos bater a meta", mesmo essa correlação sendo irreal.


📸 Acima, personagem Wi Ha-jun, que se tornou líder do game após ganhar uma temporada // Abaixo, à esquerda, Paulo Freire, autor de "A Pedagogia do Oprimido" // Abaixo, à direita, George Orwell, autor de "A Revolução dos Bichos"
📸 Acima, personagem Wi Ha-jun, que se tornou líder do game após ganhar uma temporada // Abaixo, à esquerda, Paulo Freire, autor de "A Pedagogia do Oprimido" // Abaixo, à direita, George Orwell, autor de "A Revolução dos Bichos"

Paulo Freire e George Orwell explicam…


Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor". Se você sobrevive ao jogo corporativo, o sonho deixa de ser acabar com ele e passa a ser comandá-lo, como aconteceu na Fazenda do Sr Jones, quando os porcos tomaram o poder e descobriram que seria vantajoso manter a hierarquia social. Não por maldade. Mas porque aprenderam é mais seguro que questionar o jogo.


E depois de nos acostumarmos com a dor e desenvolvermos essa "super resistência", algo perigoso acontece: começamos a achar que os outros também devem aguentar.


Viramos líderes do próprio jogo que nos machucou e reproduzimos comportamentos tóxicos porque "sempre foi assim" e "funcionou conosco".



O Burnout: Game Over

O problema é que nosso corpo e mente não foram feitos para jogar indefinidamente. Por mais que nossa tolerância à dor aumente, existe um limite.


O burnout não é fraqueza. É o corpo gritando para avisar que acabou


Mas como nos acostumamos gradualmente com o sofrimento, raramente percebemos os sinais até ser tarde demais:


  • Insônia: "É só uma fase corrida"

  • Agressividade: "É o estresse normal do trabalho"

  • Dores: "É a postura”

  • Perda de prazer: "É cansaço"


E tal qual em Squid Game, quando finalmente caímos, não há volta.



📸 Cena de Squid Game (Round 6), onde a equipe da organização recolhe os corpos dos eliminados na rodada.
📸 Cena de Squid Game (Round 6), onde a equipe da organização recolhe os corpos dos eliminados na rodada.

Os VIPs do jogo corporativo

Em Squid Game eles assistem ao jogo de camarote enquanto apostam no desempenho dos jogadores na sua luta pela vida, assim como algumas empresas escolhem encontrar pessoas que aceitam a dor em vez de criar ambientes saudáveis.


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Por isso valorizam tanto quem "dá conta de tudo", "não reclama" e "sempre entrega independente do prazo". E o jogo continua porque sempre tem alguém disposto a (precisando) jogar.


Continuamos jogando porque temos medo de parecer fracos ou "problemáticos", perder oportunidades, ser eliminados do jogo, decepcionar expectativas, não sobreviver.


Preferimos a dor conhecida do jogo à incerteza de estabelecer limites saudáveis.




Saindo do jogo antes de ser eliminado

Nós podemos escolher parar antes de quebrar:


🎯 Reconhecendo nossas necessidades essenciais - não apenas o que conseguimos aguentar, mas o que precisamos para prosperar na vida.


📢 Desenvolvendo comunicação eficaz para evitar retrabalho ou frustrações.


⏳ Implementando sistemas de produtividade saudável que geram resultados sem exigir resistência sobre-humana.


🧐 Questionando constantemente: "Estou sendo produtivo ou apenas ocupado?"


Porque existe uma diferença enorme entre alta performance e alta resistência à dor.


A questão é: você quer continuar se vangloriando de "aguentar qualquer coisa" ou está pronto para descobrir o que é trabalhar sem precisar sobreviver a uma guerra todos os dias?


Se você quer descobrir exatamente como sair desse padrão SEM prejudicar sua carreira, precisa conhecer a Mentoria Liderança Saudavelmente Produtiva, que começa:


🗓️ 23 de julho, quarta-feira

⏰ às 20h


Enquanto você lê isso, milhares de pessoas estão entrando no primeiro jogo da carreira. Cheias de limites, cheias de sonhos, prometendo que vão fazer diferente. Exatamente como você fez um dia. A diferença é que agora você pode escolher: ser mais um VIP assistindo de camarote, ou ajudar a mudar as regras do jogo.



Se preferir, me chama no WhatsApp :)


Te aguardo!


Abraços,


Luísa Marina

Idealizadora e Mentora do Sistema Produtividade Sem Burnout e do Método L.I.V.R.E.



P.S.: Se você chegou até aqui e ainda está pensando 'mas eu sempre me virei bem assim', essa é exatamente a armadilha que Squid Game mostra. Os jogadores que mais resistem são os que mais sofrem para enxergar a saída.







 
 
 

1 comentário

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Carmem
19 de jul.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Que soquinho no estômago 😅

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